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Resenha crítica – “Guia politicamente incorreto da América Latina”


Na tentativa de repetir a fórmula de estrondoso sucesso que foi o livro “Guia politicamente incorreto da História do Brasil”, o jornalista Leandro Narloch preparou, um novo livro, utilizando o mesmo recurso da dessacralização de mitos enraizados em nossa história – agora transposta para a História das Américas. O “Guia politicamente incorreto da América Latina” (Editora Leya, 336 páginas), que além de Narloch tem o jornalista Duda Teixeira como co-autor, segue o mesmo caminho da “versão tupiniquim”, abordando personagens que povoam desde livros escolares, como também vêm frequentando o notíciario da atualidade, seja com descobertas recentes ou com o legado que proporcionam à latinidade.

Os personagens escolhidos que compõem este guia politicamente incorreto de nuestra america foram bem escolhidos, inclusive porque suas biografias acabam inserindo personagens que hoje são politicamente atuantes. Ao falar de Simón Bolivar, é inevitável que se mencione o presidente venezuelano Hugo Chávez. O bolivarismo está presente em todos os instantes nos discursos de Chávez, servindo como mola propulsora para a discussão da política externa daquele país, por exemplo. Outro personagem citado é Che Guevara, médico argentino qvirou guerrilheiro e acabou por se tornar um dos principais ideólogos da Revolução Cubana. Ao morrer, “Che” se transformou num ícone, ganhando o mundo em imagens. Eva e Juan Perón, o casal mais famoso de todos os tempos na Argentina também são lembrados, inclusive tendo papel importantíssimo na construção não somente do Peronismo, mas também como líderes trabalhistas e fundadores do Justicialismo, tendo como lemas, “Paz, Amor e Justiça Social”. O Peronismo virou religião na Argentina, a ponto de até hoje em dia possuir seguidores apaixonados. Compõem ainda o livro, as figuras do mexicano Pancho Villa, os astecas, os incas, os maias, o presidente chileno Salvador Allende – que tentou revolucionar o Chile pela via pacífica do socialismo e terminou por se suicidar no Palácio La Moneda, em Santiago, em meio aos bombardeios das Forças Armadas comandadas pelo general Augusto Pinochet -, além de figuras populares existentes no Haiti pré-independente e escravocrata, como Jean-François, Julien Raimond, Jean Kina, Toussaint L´Ouverture, Henri Christophe, entre outros líderes, originários das massas populares, que se auto-determinaram oficiais militares e exerceram papel importante na conquista da independência do Haiti e de São Domingos.

Prestou atenção ao parágrafo anterior? Muito bem: procure esquecer pelo menos metade de tudo que contaram a você, até hoje, sobre o heroísmo das personagens acima. Esse é o propósito do livro: dessacralizar, desmistificar, pormenorizar certos feitos, jogar luz a fatos que ficaram obscuros e que atenderam interesses particulares, a quem interessava um história direcionada para um determinado fim, que acabou por se transformar numa história oficial. A todo instante os autores se lançam à desconstruir os mitos. Não é propósito desta crítica avaliar se determinado mito realmente merece ser questionado, mas é importante ressaltar que os autores tiveram como base de apoio uma lista de fontes variadas. A revisão técnica da obra é do historiador Marco Antonio Villa, da Universidade Federal de São Carlos.

Entretanto, o que incomoda na obra é justamente perceber que o propósito é desconstruir – e não agregar esclarecimentos. Uma coisa é revisar conceitos, idéias e personagens históricos. Fazer isso, com o sentimento de desdém, do tipo “Fulano não foi ninguém” ou “Cicrano na verdade era bandido”, já é outra coisa – e aí não reside mais o ato de historicização. É calúnia mesmo. E isso fica bem claro quando o livro aborda Che Guevara, Salvador Allende e o casal Perón. É importante lembrar que os dois jornalistas trabalham no Grupo Abril (ambos trabalham na revista Veja e Narloch já comandou a Superinteressante e a Aventuras na História). Foi justamente essa a sensação que tive após ler o livro (em exatos cinco dias): a de ter acabado de ler a Veja da semana, tendo Allende, sido massacrado – será que se ainda fosse vivo, seria convocado para alguma CPI no Senado? Lembro mais uma vez que isso não quer dizer que os autores tenham não escrito verdades sobre as personagens – em grande parte escreveram sim coisas reais -, mas a forma como fizeram as sucessivas desconstruções incomodam – e muito. As únicas partes onde ocorreu uma brisa de independência de idéias foram nas abordagens dos astecas, maias e incas, e nas revoltas no Haiti. Nas personagens mais contemporâneas a má-vontade dos autores foi extrapolada a olhos vistos.

Os autores traçam um panorama sensacional sobre a Argentina antes da chegada de Perón ao poder. E acusam o presidente argentino de ser o único culpado da derrocada do país nos anos que se seguiram após assumir a presidência. “É só Perón aparecer para a Argentina começar a apontar para baixo”, escrevem em certa altura do texto. Trata-se, sem dúvida, de um erro crasso. Seria a mesma coisa que dizer que Vargas foi o grande culpado pelo fim do Estado Novo, ou então que Castello Branco foi o único responsável pelo golpe civil-militar de 1964 no Brasil. Ou ainda que a proclamação da República só aconteceu porque Marechal Deodoro da Fonseca, num ato heróico (?), ergueu sua espada e pôs fim à monarquia. Esse tipo de pensamento, pormenorizante, baseado numa história factual, é raso, superficial e tosco. É condição sine qua non para qualquer historiador (ou pesquisador de qualquer área) entender que um acontecimento tem por trás uma série de fatores, uma dinâmica de forças, relações, conflitos… um processo que desencadeia enfim, uma transformação na história. O próprio trabalho de investigação, que o historiador faz, leva a conhecer os caminhos e descaminhos que se traduzem, no fim das contas, nos acontecimentos.

O leitor mais atento e acostumado com a História saberá certamente fazer a distinção entre o que é História e o que é jornalismo histórico. Mas é justamente aí que reside o perigo: o livro claramente não é voltado para historiadores. O público-alvo abrange desde estudantes e profissionais que nada têm a ver com História e que aproveitando essa nova onda de obras de teor histórico publicadas por jornalistas (“1808 e 1822”, de Laurentino Gomes, e livros de Eduardo Bueno, entre outros). Pessoas que vão a uma Megastore qualquer , vêem o livro e pensam: “finalmente um livro de ‘História’ descomplicado, sem linguagem difícil e com diagramação fácil de ler!”. É aí que reside o perigo: da apropriação (indevida) que jornalistas fazem da História, transformando ela num produto que atenda a interesses de terceiros (grupos editoriais, por exemplo), colocando o conteúdo que produzem num patamar onde passem a ser referências no assunto. Por outro lado, é perceptível que existe também um certo preconceito por essa popularização da história. Prefiro acreditar que o preconceito ocorra justamente pela preocupação que expressei acima. Já que, enquanto historiadores ou interessados no constante aprendizado, devemos sempre estar atentos a tudo que é escrito e publicado – inclusive porque, para criticarmos ou argumentarmos, precisamos primeiro ler as obras.

Popularizar a História não é errado, muito pelo contrário: é preciso transpor os muros que separam a Academia da grande massa de leitores ávidos por aprender história. Só que pra fazer isso é importante fazer com responsabilidade, clareza e independência editorial.

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  1. agosto 23, 2011 às 22:56

    Li alguns trechos do livro anterior. A impressão que tive foi a mesma. O autor busca destacar supostas nódoas na vida ou no pensamento de figuras ilustres e pormenorizá-las, no mais das vezes de forma descontextualizada, e jogar lama na biografia de alguns dos “mocinhos” da História do Brasil. Tudo isso de maneira simplista, ignorando por completo que a História é um processo complexo.

    • agosto 23, 2011 às 23:14

      É justamente isso, Gustavo. Os autores oferecem uma maneira simplista de se ver e entender a História. E nesse ponto, fazem jornalismo, sem a profundidade histórica. Abraço.

  2. Alex Oliveira
    agosto 25, 2011 às 18:21

    Li o “Guia politicamente incorreto da história do Brasil” e achei divertido.
    algumas análises, principalmente de ordem econômica e social estavam carregadas de um certo anacronismo, outras como o papel do negro como agente de sua historia e o endurecimento do regime militar, mereciam maior destaque e algumas páginas a mais.
    Gostei da crítica sobre a segunda obra, esta vou ler mais atento.

    • setembro 15, 2011 às 10:46

      Valeu, Alex. Na verdade embora os autores sejam jornalistas – e não há problema algum em jornalista se aventurar a escrever sobre história -, por outro é preciso ser atento ao fato de que história não é apenas acontecimento, é processo e contexto. Certamente os autores se deixaram levar pelo vício de achar que estavam escrevendo para uma revista – foi essa a impressão que tive. Por outro lado, elogio a iniciativa da publicação se propor a falar sobre história – mesmo que no fim das contas, não fale e seja bastante tendenciosa. Obrigado pela leitura do blog e pelo comentário. Grande abraço.

  3. Erivan
    agosto 28, 2011 às 17:23

    Parabéns pelo comentário professor. Confesso que não suporto mais esses jornalistas bancando os historiadores. Eu os leio! Mas com uma vontade imensa de vomitar…
    Abraço

    • setembro 15, 2011 às 10:44

      Concordo com você. Mesmo não concordando, devemos ler esses livros, até mesmo para tecermos uma argumentação contrária. Os autores foram simplistas demais, achando que história é fato, quando na verdade história é um processo contínuo, e principalmente contexto. Se por um lado ajudam a divulgar a história com iniciativas como essa, desse livro, por outro é perigoso que a população veja a história de forma tão simplista. Obrigado pela leitura do meu blog e pelo comentário. Grande abraço.

  4. jorge carlos
    setembro 4, 2011 às 10:52

    Muito boa crítica. É de se espantar a pretensão desses autores, semelhante a de Ali Kamel ao escrever sobre o Islã e racismo no Brasil (ou sua falta!).
    Ao entrar num megastorie dessas da vida, tenho a imprenssão que qualquer um pode escrever um tratado de história, inclusive eu que sou advogado!
    Um abraço!

    • setembro 15, 2011 às 10:41

      Verdade, Fernando. Os autores (jornalistas) tecem uma visão simplista demais da história. Esquecem que história não é apenas fato ou acontecimento, mas é principalmente contexto. Obrigado pela leitura do meu blog e comentário. Grande abraço.

  5. Fernando
    setembro 5, 2011 às 20:40

    Concordo em 100% com a análise. Li o livro e inclusive achei divertido, mas extremamente simplista, procurou muito mais atacar os personagens históricos do que propriamente explicar o processo histórico da América Latina. Ficou com cara de Veja.

    • setembro 15, 2011 às 10:40

      Pois é Fernando. Mesmo achando que o livro se propõe a distorcer alguns fatos da história, acho válido livros como esse, pois proporcionam ao leitor um contraponto de opinião. Obrigado pelo comentário e leitura do meu blog. Grande abraço.

  6. Will Souza
    setembro 15, 2011 às 10:32

    Muito boa a sua resenha sobre o livro, apesar de que eu não ache de todo errado essa proposta de desmistificar os ditos ”heróis” latino-americanos. Eu o vejo como uma espécie de catarse, que se volta contra a adoração excessiva de tais figuras. Dose na mesma proporção em sentido contrário.
    No mais, é um bom livro e de leitura extremamente fácil, assim como o primeiro e que peca apenas por ser ingênuo demais a ponto de ignorar os vários fatores que escrevem a história de um povo e o concentra só num incidente isolado (como o senhor ilustrou muito bem na citação à Perón).
    Acho que minha opinião pode ser um pouco tendenciosa pelo fato de eu ser da direita, mas eu aprovo uma proposta de aproximação usando linguagem mais simples para facilitar uma aproximação com as massas, desde que seja mais criteriosa em suas afirmações, pois sempre teremos opiniões tendenciosas sobre o curso da História, filtrados por nossa cultura e experiência, que são o que formam nossas convicções.

    • setembro 15, 2011 às 10:39

      Valeu pelo comentário, Will! Obrigado pela leitura da resenha. Em breve postarei resenhas de mais livros. Grande abraço.

  7. setembro 15, 2011 às 12:40

    Muito obrigada pelo comentário professor!

    Sou estudante de Ciencias Regionais da América Latina na Universidade de Colonia, Alemanha. Dutante estes oito anos comparando a mentalidade brasileira com a alema (nao tem como fugir deste vício) pude observar que uma grande diferenca (generalizando, referindo-me a uma certa tendencia) entre a forma que brasileiros e alemaes leigos abordam temas mais complexos é um tipo de loucura por opiniao combinada com tara por sensacionalismo, infelizmente, no caso dos brasileiros. As vezes imagino os brasileiros como personagens de uma novela das oito. Todo mundo é expert em qualquer tema em pauta, e protagonista. Reina um tal de dar opiniao, que haja paciencia e nervos pra aguentar!

    Tenho muita saudade do meu país e do meu povo, mas devo confessar que a despretensao dos alemaes (sempre lembrando que generalizo) me é um alívio quando lembro dos opinimos de muitos brasileiros. Independente do grau de instrucao, acho que um pouco de modéstia nos faria muitíssimo bem.

    Descobri seu blog por acaso, vai entrar na minha lista de preferidos!

    Um abraco.

    • setembro 15, 2011 às 12:46

      Renata, muito obrigado pelo seu comentário e por ler meu blog. Seja bem-vinda aqui e sempre que quiser/puder, dê sua opinião sobre o que escrevo. Grande abraço! :o)

  8. setembro 15, 2011 às 12:43

    Esqueci de postar meu nome: Renata ,-)

  9. Marcus
    setembro 15, 2011 às 17:52

    Estou no capítulo dos astecas, incas e maias deste livro. Incrível, o meu sentimento quando passei pelo capítulo do Che Guevara foi o mesmo que você escreveu no terceiro parágrafo, “O sentimento de desdém dos autores”. Resenha muito boa!

    • Marcus
      setembro 15, 2011 às 17:56

      Desculpe, quis dizer quarto parágrafo.

    • setembro 16, 2011 às 10:45

      Obrigado pelo comentário e leitura da minha resenha, Marcus. Seja-bem-vindo. É isso aí o que você escreveu: justamente a tentativa de pormenorização da história e consequente esvaziamento das personagems por parte dos autores é que torna o livro bastante questionável. Abraço.

  10. Bruno Alan
    novembro 12, 2011 às 19:03

    É verdade. Mas acho q isso não é demérito do livro (apesar de eu ter lido só o do Brasil). Pra mim, fica bem claro qndo estão colocando uma opinião pessoal ou um fato incontestável. Vc deveria entender q o leitor desse tipo de literatura, na maioria das vezes, tem o mínimo de senso crítico, afinal, qm se interessa por história, já ter um ar contestador nato.

    • novembro 13, 2011 às 8:42

      Obrigado pelo comentário, Bruno. O que me preocupa é justamente o que você citou: “o leitor desse tipo de literatura, na maioria das vezes, tem o mínimo de senso crítico”. O problema está aí: leitores que serão influenciados por um pensamento baseado na história apenas factual, sem entender que história é processo sempre em construção. Que formação terá esse leitor que não possui senso crítico, não é mesmo? Grande abraço e mais uma vez obrigado pela visita ao blog.

  11. Cryzthiane
    novembro 23, 2011 às 21:57

    Lembro-me agora do seguinte trecho biblíco: “Digo-vos que, se estes se calarem, as próprias pedras clamarão”. Lucas 19:40.
    Pois bem. Se os historiadores não escreveram livros de história tão temáticos, específicos e de leitura agradável, os jornalistas o fizeram.
    Todo livro deixa em seu leitor, ainda que de forma subliminar, as apreensões e visão de mundo de seu escritor.
    Sempre li sobre Che Guevera como o pacifista, herói, quase deus … Agora li sobre o outro extremo. Os extremos existem e estão à venda, na mídia.
    Já o equilíbrio terei que conclamar os historiadores a assim o fazerem. Ou o equilíbrio não existe?
    Será que todo discurso político e histórico necessita ser apaixonante ao ponto de não enxergar o que somente o inimigo brutal é capaz de observar?
    De toda sorte, no que pertine a história, até as pedras falarão, mas ela não deixará de ser falada, lida, criticada e amada.
    Parabéns para a História!

    • novembro 23, 2011 às 22:23

      Parabéns pelo comentário, Cryzthiane. Sem dúvidas, é um ponto de vista interessante e que merece ser apreciado.

      Abraços e obrigado pela visita ao meu blog.

  12. dezembro 18, 2011 às 14:44

    Comecei a ler o livro mas ainda nao tive tempo para dar sequencia a leitura. Entretanto, deu-me a impressao tambem de ter em mãos uma revista da superinteressante, é bem verdade, que a História nao deve ser pormenorizada e sim desmistificada. Salvo a tentativa desses jornalistas de assim o fazerem, muito embora tenham caído num buraco tendencioso, escrevem de maneira simples e agradavel, fazendo com que a grande grande massa da população disprovida da academia a grosso modo, tenham pelo menos acesso a uma microhistória diferente da oficial perpassada nas escolas.
    No mais, a sua resenha é ótima. O que me deixou com mais vontade de poder terminar a leitura do livro , para dar uma opinião geral sobre a obra.
    Abraço.

  13. dezembro 21, 2011 às 10:54

    Os autores não conseguem perder o lado “Veja” de ser. Escrevem uma série de calúnias, sem referências bibliográficas (pois muitas não estão na bibliografia completa, nem nas dos capítulos) e depois escrevem a pérola: “É claro que se pode questionar essas informações – talvez seja mesmo só boatos, mentiras e intrigas…” (p. 59). Ou seja, típico do pior jornallismo que temos em nosso país. Calúnias, difamações e poucas – ou nenhuma – referência. Além disso, há muitas informações equivocadas, por exemplo, o Buena Vista Social Club não passou 50 anos fazendo propaganda para o governo cubano, na verdade pararam de tocar em 1959 e só voltaram em 1998. Uma pena que um tema que poderia ser tratado de forma muito mais crítica e com análises realmente diferentes sirva para propagandear o pior da direita latinoamericana. E assim (des)caminha a nossa hiumanidade!

  14. Fabio Assis
    dezembro 28, 2011 às 9:15

    Não lí o livro , mas assistí uma entrevista na Record News com os autores , de cara já percebí que era um livro tendêncioso , os caras são super debochados e tentam inferiorizar qualquer um que tentou liderar algum tipo de movimento latino americanos contra o Imperialismo nórdico , agora fiquei sabendo que eles trabalham na Ed Abril , então já deu para entender tudo , querem confundir informações , esse livro deveria ser analisado e investigado sobre suas fontes de informação, muito babacas esses jornalístas ..

  15. Thiago
    maio 27, 2012 às 1:48

    Parabéns pela resenha, rapaz! Estava procurando por alguma resenha sobre esse livro, pois comecei a lê-lo não há muito tempo, mas tive a mesma sensação que você e os outros colegas tiveram ao ler sobre Che.

    Achei que o Guia sobre o Brasil foi melhor escrito, pois tem uma linguagem bastante simples, mas não parece querer desconstruir figuras de maneira apelativa. Já achei isso na nova publicação. Será que tem influência do outro autor, ausente na primeira publicação?

    Fui assistir ansiosamente à entrevista com Leandro no Programa do Jô, e confesso que fiquei um pouco decepcionado. Não sei ao certo, mas o cara não me expressou firmeza. Fui ver a segunda entrevista – com o outro autor também presente -, e tive a sensação de que havia dois caras não muito preocupados com a verdade.

    É claro que entendo que a preocupação em metralhar a figura de Che era para realmente causar choque, mas, como você bem disse, acabou tirando um pouco a seriedade do livro. Mas não tenho como dizer se essa foi a real intenção. E, se foi mesmo, que pena…

  16. junho 12, 2012 às 17:23

    Olá Fabrício, tanbém atuo como professor e eu estava precisando ler esse tipo de artigo. Na verdade, todos têm seu lado obscuro. No guia politicamente incorreto do Brasil, ele mencionou que Zumbi tinha escravos. Tudo bem, até tinha, mas analise bem a época de zumbi e analise bem o nível dele? Era natural alguém da posição dele ter escravos, mas isso não tira o ato de luta dele. Um amigo meu tem a versão do Brasil e leu alguns da améica latina e não gostou da parte do Che, repudiou suas atitudes e, pelo que ele me falou realmente são fortes, é q agora ñ lembro, mas era natural tal atitude de Che, porque a luta era pesada. “Herois” historiográficos nem sempre são heróis, pois têm vários aí q são homenageados e não valiam nada. Não sei como que ele não comentou de Tiradentes e suas falcatruas na inconfidência. pois esse nã oé herói de nada.
    Essa resenha etá ótima e assim pude entender melhor o contexto q Leandro expôs a obra. Está muito bem escrita e realmente está certo. É isso q eu estava procurando para analisar tecnicamene esse livro. É o problema de jornaista bancar pesuisador, né. (apesar q me informaram q ele se formou em História, nã osei bem sobre isso).

    Muito obrigado e um abraço

  17. junho 12, 2012 às 17:26

    (Retificando sobre Zumbi) Não é que esstou afirmando que ele tinha escravos, preciso pesquisar um pouco mais sobre o assunto para falar com muita prpriedade. Porém era muito possivel ele ter tido sim. é só analizar a época e o status.
    Mais uma vez, abraços.

  18. Patrícia
    junho 24, 2012 às 16:58

    Livrozinho tendencioso… usa fotos descontextualizados… sem rigor na análise!!! Debochado e desumanizado. Igualzinho à veja. Que raiva ter gasto meu dinheiro nisso. É um livro de culto ao capitalismo que busca desmoralizar figuras que, de alguma forma, se contraporam à ordem vigente citando fatos reais sim… mas totalmente fora do contexto… Frases soltas, ardilosamente escolhidas. Nojo desse livro…

  19. Patrícia
    junho 24, 2012 às 16:59

    Todos os sujeitos citados eram homens de seu tempo.

    • Rita Camernere
      junho 4, 2013 às 13:36

      essa deve ser petista ……

    • fevereiro 28, 2014 às 21:57

      Petista ‘-‘

  20. luiz Paulo Fonseca Godoi Neto
    agosto 1, 2012 às 19:55

    Obrigado pela crítica Fabricio, como você sitou acima, sou um estudante do segundo grau q entrou em uma Megastore, olhou o livro por ter sido indicado por um amigo, pensando que iria ajudar no contexto escolar, Porém ao ler as críticas me deixou de olhos mais abertos, obrigado tomarei cuidado com o término da leitura do livro.

  21. setembro 6, 2012 às 17:26

    eu li o livro anterior(guia politicamente incorreto da historia do brasil) e este livro, e achei muito bom. não vejo nenhum problema em dizer coisas do tipo “o fulano de tal não era nada…”, desde que se tenha evidencias para comprovar isso. e os autores tem essas evidencias. logo, dizer isso não é apenas uma questão de opinião, é apenas a comprovação de um fato.

    não vejo o livro como um extremo oposto,os autores tem uma bibliografia que dá inveja a muitos livros “sérios” de historia que tem por aí.o livro não foi feito apenas para atender os interesses da direita, o objetivo é apresentar a historia de forma mais honesta, sem o idealismo para deturpar os fatos históricos. muitos acham que historia é apenas uma questão de opinião. não concordo. acho que a historia é objetiva, a para isso é preciso pesquisar o máximo possível para alcançar essa objetividade. se não fosse assim,o estudo da historia seria inútil.

    leandro narloch é formado em historia pela USP, e o livro foi concebido com a ajuda de uma amigo, que por um acaso é jornalista. e o livro desmistifica algumas “verdades” na historia da America latina. os dois livros de narloch foram os livros de historia mais divertidos que já li.

    • Paulo Corrêa
      setembro 19, 2012 às 13:45

      Concordo com vc, estou cansado destes pelas sacos metidos a intelectual dizendo que isso é bom aquilo é ruim, todos tem que fazer sua própria avaliação da obra e se perguntar se foi divertido, estou cansado destas histórias politicamente corretas.

  22. Leandro Isola
    dezembro 29, 2012 às 11:07

    Prof. Fabricio, me aproximo muito do ponto de vista da colega Cryzthiane. Entendo que, da mesma forma que a historia contextualizada eh publicada e repassada sem alguns filtros (e com muitas tendências implícitas), faz-se importante a existência de uma obra, ainda que jornalística e fatual, que se proponha a quebrar paradigmas e dogmas históricos e gerar uma discussão acerca dos acontecimentos que nos antecedem. A clara tentativa de derrubar o mito de Che, por exemplo, vem de uma “forçação de barra” imposta por outra corrente ideológica, criada para fortalecer personagens em prol de uma ou outra bandeira. Da mesma forma que os autores assumem, talvez, um lado, a literatura disponível também possui suas tendências. Não ignoro o contexto histórico, mas penso que, acima de todas as teorias propostas, deve haver a critica ao que se absorve. E e isso que tal leitura propõe. Cabe ao leitor abrir sua mente e receber de maneira proveitosa os parágrafos que vier a consumir. Grande abraço!

  23. fevereiro 13, 2013 às 12:25

    Professor!

    Apesar de o senhor discordar do autor como o senhor diz na resenha, incentive sempre a leitura para que os leitores desenvolvam o senso crítico.
    TODA a história pode ser revista E ISSO NÃO QUER DIZER QUE A OBRA EM QUESTÃO É REVISÃO!
    Vejo como uma visão alternativa. E dentro de um regime que preza a liberdade devemos sempre estimular o pluralismo de idéias.

    Parabéns

    • fevereiro 13, 2013 às 12:27

      Olá Daniel Lucas, com certeza. Mesmo não concordando com certos autores e idéias, devemos sempre conhecer todas as opiniões, de forma que possamos desenvolver um senso critico e estarmos aptos a concordar ou discordar. Abraços e obrigado por acessar o blog.

      • agosto 18, 2013 às 17:33

        Prof. Fabrício, prazer em conhece-lo. Que postura (paciência e tolerância com o que pode ser muito pretencioso) discernindo (para mim) a diferença do contexto para o fato, (quase leio o livro sem reagir, certamente eu ia questionar, mas não tendo base eu ficaria esperneando) agora que me voltei para a América Latina, mas falei de sua postura elengante, tudo bem. Mas deixa comigo o trabalho sujo, ta todo mundo poupando os autores aqui, mas não vou tratar asim no meu espaço na rede social. Obrigado peloa aula! ps: livrinho fuleiro, é isso

  24. Angelo Saraiva Donga
    abril 16, 2013 às 10:16

    Li o livro e acho que ele cumpre o seu objetivo principal que, a meu ver, é o de desmistificar personagens endeusados na nossa américa latina. Se os autores focam em demasia o sujeito, em detrimento do contexto histórico, é justamente porque é isto que fazem aqueles que colocam esses mesmos sujeitos nos seus altares de adoração.
    Embora não tenha como público alvo aquele que frequenta a academia, na minha visão, o livro agrega valor à produção literária existente e ao debate sobre a história política da América Latina.

  25. JD
    abril 28, 2013 às 18:55

    Li os dois livros e tive impressões diferentes de ambos. Li primeiro o do Brasil e achei muito bom porque de fato existe uma tendencia de alguns historiadores e escritores de transformar certas figuras em heróis e bandidos, santificando alguns( e pra isso omitindo seus defeitos e interesses) e fazendo exatamente o contrário com o outros(sempre de forma tendenciosa). De fato, o que os escritores precisam é ter, cuidado com o contexto, mas sem negar os fatos como muitas vezes acontece. Por exemplo, a interpretação do autor sobre a Guerra do Paraguai, desmistificando a história que a Inglaterra “criou a Guerra do Paraguai” foi excelente. Porém, fiquei decepcionado com o segundo livro. Porque o equilíbrio que esperava na interpretação dos personagem não existiu e o autor caiu no mesmo erro que ele tenta, oficialmente, combater: ser tendencioso. É como se ele se contivesse ao escrever o primeiro e, com o sucesso do primeiro livro, se sentisse mais à vontade em ser de direita, declaradamente, ao fazer o segundo, dando uma interpretação tão tendenciosa dos fatos e personagens como as interpretações que ele pretende combater. É como muita gente que conheço que diz defender a tolerãncia, mas é intolerante. Deve existir equilíbrio na interpretação, não deixando que as ideologias, por mais que elas existam, criar um cenário distorcido da realidade. Por que afinal, a vida real não é feita de mocinhos e de bandidos, mas de pessoas que tantos tem erros como qualidades e que agem por interesses variados.

  26. Inerita
    agosto 16, 2013 às 13:18

    Obrigada pela crítica saudável e franca desta obra! Você me poupou dinheiro e tempo.

  27. agosto 18, 2013 às 17:14

    Não tenho base para pegar por este ponto, e vocês no geral me ajudaram muito, comentando, Fiz um comentário de leitor diletante, mas percebia um certo descompasso , algo não soava bem…(sou músico) no livro , ao ler trechos de Che e Pancho Villa,, como não sou da área, valeu o alerta, posso até voltar a ler, mas agora com o devido ajuste de foco. Obrigado aos comentaristas em geral.

  28. seu madruga
    outubro 12, 2013 às 15:40

    Caraca, parece que a maioria que comentou aqui não leu o título do livro. Vão ser chatos assim na casa do chapéu

  29. Rogerio S. Rocha
    fevereiro 24, 2014 às 7:43

    Li os dois livros e gostei. Pelo menos ficamos sabendo algumas coisas sobre o caráter dos personagens que não nos são contadas. A direita tende a esconder o que é negativo e a esquerda além de esconder o que é negativo ainda manipula fatos e dados para que a história possa ser vista sob a ótica deles. O que é muito mais nocivo. Um exemplo claro disto foi o que tentaram fazer no final dos anos 1970 e começo de 1980 com a história da guerra do Paraguai. Mas voltando ao tema, o livro nos faz ver a história sob uma ótica diferente e isto é positivo. Sempre que alguém é instigado a usar o cérebro é muito bom.
    Porque quem tem um pouco de curiosidade acaba se perguntando: O que está aqui é verdade ou também é exagero e com isto vamos atrás das respostas.
    E na maioria das vezes eu achei respostas que confirmavam o que está lá.
    Uma exceção é o Perón. Ele sozinho não foi o responsável pela bancarrota da Argentina e nem foi quem deu o pontapé inicial, mas foi quem realmente acelerou o processo.
    Também existem algumas outras mas vou parar por aqui.

  30. março 6, 2014 às 23:32

    Devemos observar que é o ponto de vista de um jornalista e não de um historiador da para você fazer a comparação com o livro “Genocídio Americano” de Jose Chiavelato . O importante é o debate e a troca de informação e nós brasileiro devemos ter o abito de ler e ler bons livros.

  31. Marianna
    junho 23, 2014 às 10:52

    Ótima crítica. Quando li o livro pela primeira vez, quando era um pouco mais nova, confesso que encarei o seu conteúdo como o de um livro de história escrito por historiadores; aceitei aquilo como verdade, sem me ligar muito (nem um pouco, na verdade) na doutrinação política possível que poderia haver naquele texto. Achei que fosse uma coletânea de fatos e trivias que dismistificavam certos mitos que foram de perpetuando com o passar do tempo. Hoje, um pouco mais madura e com a cabeça mais no lugar, pensava já tempos nas conclusões que tinha desse livro e pensava em como eu poderia estar equivocada (e, de fato, creio que estava), cogitando seriamente reler o livro. E de fato eu percebi que o seu texto tem uma dose grande de doutrinação e é, de fato, tendenciosa. Busquei uma resenha que me ajudasse a agregar a essa minha nova constatação, e fiquei muito feliz de achar a sua. Sem radicalismos, de maneira muito sensata, ela confirma aquilo que eu de forma ingênua já havia notado, o que me deixa muito feliz, dado que hoje em dia é difícil encontrar algo que não “cague regra”, com o perdão da expressão. Enfim, achei muito sensata. Parabéns! 🙂

  32. Mário
    julho 11, 2014 às 8:43

    Nossa, como você é ridículo: nitidamente deixa somente comentários a favor da sua resenha! Ficou nervosinho porque detonaram seu Che? Concordo que tem fontes boas e fontes “duvidosas”, mas não devia desmerecer assim, nitidamente, porque falaram mal de seus heróizinhos! Parece uma criancinha! E tenho certeza, que vai postar o meu comentário, só pra “mostrar” o quanto é democrático! Kkkkk…

    • julho 11, 2014 às 10:42

      Prezado Mario, obrigado pela leitura e críticas ao texto. Aprovo todos os comentários que recebo – menos, é claro, xingamentos e desrespeitos. Obrigado também pela visita ao meu blog e continue acessando.

  33. Michel
    agosto 28, 2016 às 22:15

    Então, achei interessante a crítica do articulista. Entretanto o que vejo, em regra, nos que igualmente a elogiaram nos comentários, é uma tendência muito mais rasa do que a que se critica no livro. Por certo o livro não é nenhum tratado definitivo de História, mas, como apontado, traz muitas verdades que nem sequer são tocadas em muitos livros de História apresentados aos alunos. É, portanto, leitura bastante válida para formação de contexto. Parece-me que os que mais se irritaram com o livro foram os que não tinham contra-argumentos para ele. Por exemplo, no caso de Guevara, se é pouco relevante se tomava banho com frequência ou não, é a menção a isso pode ser havida por mera difamação, em que se infirma as indicações de que matou muitas pessoas – muitos que estiveram com ele na formulação do golpe – e que foi um péssimo ministro da indústria?

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